A pandemia e o 'boom' da formação à distância
Nasceu assim o mito de que o ‘elearning’ não era bem uma atividade de formação, por não ter a vigilância do formador.
Nada mais errado.
As boas práticas de muitas empresas que apostaram no ‘elearning’ foram criando ideias opostas a esse ‘mito’ inicial.
Muitas pessoas realizaram cursos à distância e sentiram que estavam verdadeiramente bem preparadas e estavam mais capacitadas para as competências que pretendiam.
Os avanços tecnológicos permitiram a criação de variadíssimos recursos de aprendizagem, para além de evoluídos métodos de avaliação.
A realização de uma atividade/exercício para efeitos de avaliação pode dar garantias plenas de que o formando apreendeu as matérias definidas no processo pedagógico.
Depois veio a pandemia e surgiram os confinamentos. O teletrabalho passou a ser
obrigatório.
As empresas da área da formação, e todas as empresas que precisam de atividades
formativas para os seus trabalhadores tiveram de se adaptar aos novos tempos.
O ‘elearning’ passou a ser, não apenas uma opção, mas a única opção para
atividades de formação.
A utilização de Zoom, Teams, Meets e outras tantas plataformas de comunicação
em vídeo tornou-se uma competência básica para uma grande percentagem dos
trabalhadores.
Também as redações tiveram de aprender a trabalhar sem que os jornalistas
estivessem ali, sentados ao lado uns dos outros.
A discussão e o debate de ideias saltou para o Teams, para os grupos de
Whatsapp, para os 'emails', para o Messenger, para o telemóvel, tudo o que
estivesse à mão passou a ser uma ferramenta de comunicação fundamental para o
trabalho.
Foi um desafio que apresentou novas dificuldades, mas também novas aprendizagens.
As equipas aprenderam a comunicar sem estarem todos sentados ao lado uns dos outros.
No caso da Lusa, não houve novidades. Esta era já uma prática antiga, uma vez que a agência tem dezenas de jornalistas por todo o mundo e em Portugal que trabalham em suas casas, nomeadamente os correspondentes nacionais e os internacionais.
O 'elearning', a formação e a Escola Lusa
A agência
Lusa decidiu avançar com a ideia da Escola Lusa, uma escola de formação profissional em
jornalismo, pretendendo contribuir para reforçar os valores nobres do
jornalismo numa época nunca antes vista de tanta desinformação.
Primeiro, começaremos com cursos presenciais. Mas, o objetivo é que, num segundo
momento, tenhamos cursos ‘elearning’, ou 'blearning', na plataforma Moodle, contando com
formatos variados.
O jornalismo evoca uma necessidade quase inevitável, de contacto entre formador
e formando. Esse equilíbrio entre a análise das questões teóricas, a aplicação
prática das regras, e a possibilidade de desfazer dúvidas com o formador é
fundamental.
Assim, o ‘blearning’ poderá vir a ser um dos modelos mais eficazes para a Escola Lusa num futuro próximo,
juntando o acompanhamento temático e os processos de avaliação das
aprendizagens na plataforma,
Mas, sempre com momentos de discussão e reflexão em que formandos e formador estarão
cara a cara.
O ‘blearning’ pode ser uma solução muito rica, juntando o uso da plataforma para as questões teóricas e exercícios com outros momentos
assíncronos (o formador está presente num vídeo previamente gravado) e síncronos (em Zoom, em tempo real) e com os fundamentais momentos
presenciais, em sala.
Cada vez mais uma solução, mais barata
A formação à distância é uma modalidade cada vez mais
utilizada devido à sua facilidade de acesso e difusão.
Para além de que os custos normalmente exigidos nas atividades de formação são substancialmente reduzidos ao mesmo tempo que permite a forma personalizada.
Uma
das principais razões para a adoção desta modalidade por parte das organizações tem a ver com a distância, uma vez que permite que o formando realize a formação a partir de qualquer
local. Com base em estudos recentes é hoje do domínio público que a utilização de ferramentas
informáticas aumenta em 25% a 60% a retenção dos conhecimentos, dado que o
formando está mais envolvido, focado e recetivo.
Para além da possibilidade de acesso por meio de múltiplos
dispositivos, reforçando a sua acessibilidade, o E-Learning permite que exista
uma consistência nos conteúdos apresentados uma vez que são transmitidos de
forma igual para todos os formandos, algo que jamais irá acontecer com a
realização de múltiplas sessões presenciais. São variadíssimos os fatores que podem tornar as ações formativas diferentes, apesar de terem o mesmo conteúdo pedagógico.
Permite
igualmente reduzir os custos da formação, uma vez que esta é realizada
sem a necessidade de um espaço físico. Por outro lado, permite que o formando
realize a aprendizagem ao seu próprio ritmo. De acordo com alguns estudos, o formando
reduz o seu tempo de aprendizagem em 40% a 60% em comparação com a tradicional formação
presencial.
A formação E-Learning permite
alcançar um público-alvo geograficamente distante entre si e a organização, já que permite a possibilidade de acesso em qualquer local.
Apresentando custos reduzidos face à formação presencial, tem sido assim uma solução de menor custo cada vez mais utilizada pelas organizações e formandos.
Também é importante assinalar que este é um toque de modernidade. Devido ao seu potencial, a formação e-learning permite às organizações assumirem uma
posição inovadora face a outros 'players' do mercado.
O 'elearning' resolve o problema da distância física
Não esquecer que o presencial, sendo sempre uma
forma muito eficaz da atividade formativa, por colocar frente a frente
formando e formador, também tem um inconveniente: Já não serve os propósitos de
realizar formação para pessoas que estão fisicamente muito distantes.
Ou seja, uma formação ‘blearning’ com momentos presenciais, exclui candidatos que estejam muito interessados nessa formação mas que se encontram fisicamente muito longe em casos em que não justifica a deslocação, que pode exigir muitas centenas de euros em custos vários, transporte, alimentação e estada.
Porventura,
encontraremos formas de adaptar os vários instrumentos e métodos disponíveis às
necessidades dos candidatos a formação.
A chave do sucesso da Escola Lusa estará nessa capacidade de adaptação,
aplicando a velha regra do ‘marketing’:
«O cliente tem sempre razão!»