
A Inteligência Artificial como ferramenta útil para os jornalistas, mas também como criadora de desinformação foi um dos temas essenciais de um 'workshop' realizado na Lusa com o formador e jornalista alemão, Markus Bergmann, da DPA.
Markus Bergmann é jornalista na agência alemã DPA, na redação em Berlim, e tem as funções de editor da equipa de 'fact-checking' da agência, para além de formador.
Participou, nos dias 18 e 19 de janeiro, na sede da Lusa em Lisboa, como formador numa ação (8 horas) destinada a conferir competências nestas áreas a um grupo de jornalistas da agência Lusa.
A utilização de ferramentas para verificação de factos foi o tema fundamental do primeiro dia, tendo sido realizados diversos exercícios práticos utilizando ferramentas de 'open source', disponíveis gratuitamente na Internet.
Dada a proliferação de desinformação nas redes sociais, hoje em dia é fundamental que os jornalistas saibam identificar as contas que são mesmo verdadeiras.
Existem várias técnicas que resolvem todas as dúvidas.
O tema da Inteligência Artificial foi muito debatido: Markus informou que a DPA já utiliza ferramentas de IA há alguns anos e que está a testar outras como o ChatGPT intensivamente com o objetivo de perceber que tipo de utilidade pode ter na produção jornalística.
Importante esclarecer que, neste momento, a DPA não divulga nada que seja produzido exclusivamente por IA. Tudo passa pelo espírito crítico dos jornalistas.
Um dos usos do ChatGPT (versão paga) que tem merecido alguma atenção dos jornalistas da DPA é a transformação de textos. Ou seja, há um texto com fontes verificadas, mas que queremos transformá-lo, encurtá-lo, sintetizá-lo. Segundo Markus, esse uso tem sido útil.
De qualquer forma, todos os resultados apresentados pelo ChatGPT são apenas uma base de trabalho, que tem sempre de ser verificada.
Outra questão que preocupa muito as redações tem a ver com o potencial da IA para a criação de desinformação.
O que vai obrigar os jornalistas a terem muitos cuidados na verificação das fontes.
De acordo com o jornalista alemão, quando se trata de detectar conteúdo de IA e possíveis falsificações, há três descobertas principais, para já:
1. Não há necessidade de fatalismo