A Associação de Estudantes da Universidade de Coimbra fez o convite:
Gostavam que os jornalistas da agência Lusa realizassem uma sessão sobre Literacia para os Media que os ajudasse a serem mais críticos em relação aos conteúdos partilhados nas redes sociais e que lhes desse algumas competências na verificação da informação.
Os jornalistas João Pedro Fonseca e Paulo Agostinho deslocaram-se a Coimbra e apresentaram uma sessão, que foi muito rica ao nível da discussão dos temas.
Eis a avaliação da iniciativa feita pela aluna Luísa Mendonça, responsável pela Secção de Jornalismo da Associação Académica de Coimbra, a quem se deve a iniciativa de concretizar este evento:
«Enquanto presidente da Secção de Jornalismo da Associação Académica de Coimbra, tenho a agradecer a presença dos jornalistas João Pedro Fonseca e Paulo Agostinho nas comemorações dos 40 anos da SJ/AAC. Com o workshop relativo a literacia mediática, conseguiram aquilo que se propuseram: fazer com que os presentes ganhassem mais consciência relativamente à possibilidade da presença de informação falsa, mesmo em canais que consideremos fiáveis. Além disso, apresentaram-nos ferramentas para a conseguirmos, para além de identificar, combater.
De um modo geral, o feedback dado à SJ pelos estudantes foi bastante positivo. Tenho a nomear alguns aspetos, como é o caso de os exemplos escolhidos pelos oradores terem sido bastante elucidativos do problema (como o caso da SIC Notícias quando abriu o noticiário com a capa falsa do New York Times); de estes terem apresentado exemplos concretos de ferramentas, as “OSINT tools”, para o combate à desinformação poder começar em nós; etc. Acima de tudo, o mais valorizado foi terem tido a capacidade de fazerem uma sessão concisa, com informação “muito pertinente”, num curto espaço de tempo.
Outros estudantes, porém, apontaram o facto de ter havido, nalguns pontos, dispersão do tema. Ainda assim, considerem complicado, num tema tão abrangente, manter o discurso linear.
A meu ver, foi ainda bastante interessante ter sido discutida a questão das fontes anónimas no final, bem como, indo até mais a fundo, a apresentação ter sido feita de modo a poder haver discussão e apresentação de ideias. Poder-se-ia ter tornado numa apresentação demasiado teórica, dada a abrangência do tema e a discussão moral a ele associada, contudo, isso não aconteceu (ainda que isso também seja muito interessante). Houve discussão, houve participação estudantil e abertura por parte dos oradores.
A verdade é que é sempre um gosto para jovens ouvir histórias de pessoal com historial de “terreno” e presença na área. Foi uma ótima sessão. Esperemos ter alguma oportunidade que vos permita cá voltar em breve, mas, mais importante do que isso, que tenham também a oportunidade de levar este tema a discussão a mais sítios do país. Todos temos a ganhar com isso.»
Luísa Macedo Mendonça
Para os jovens que queiram explorar este mundo do 'fact checking', deixo-vos algumas pistas.
Espreitem estes sites:
NOTA: OSINT significa Open Source Inteligence, ou seja: Ferramentas de análise de dados gratuitas.
https://www.osintessentials.com/collections
Este site tem uma gigante coleção
de ferramentas livres:
https://github.com/cipher387/osint_stuff_tool_collection
E vejam aqui uma das maiores plataformas europeias de 'fact checking':
https://edmo.eu/fact-checking-activities/
Uma sugestão: experimentem alguns jogos que ensinam a lidar com a desinformação.
no botão JOGOS