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Balanço das ações de formação da Escola Lusa de 2024




ENQUADRAMENTO.

A certificação da Escola Lusa chegou em novembro de 2022.
A DI decidiu que devíamos avançar com um curso interno para todo o universo de jornalistas (são 306) independentemente dos vínculos profissionais com a empresa.

O Curso foi denominado Jornalismo de Agência II, engloba cinco módulos, 20 horas de formação, quatro horas diárias distribuídas por cinco dias, das 09:30 às 13:30.



Balanço das atividades de formação realizadas em 2024  no âmbito da Escola Lusa

Formação Interna:

Plano formativo estabelecido para concretizar num prazo de dois anos, para o universo total de jornalistas da agência Lusa, incluindo colaboradores pontuais, correspondentes nacionais do continente e regiões autónomas mas também os correspondentes internacionais das redes externa e da Lusofonia.

Foi elaborado pela coordenação e formadores da Escola Lusa um plano pedagógico para um curso que foi denominado Jornalismo de Agência II. Englobando cinco módulos, 20 horas de formação, quatro horas distribuídas por cinco dias da semana, entre as 09:30 e as 13:30.
A definição deste modelo concentrado nas manhãs teve o propósito de permitir que todos os jornalistas em formação não ficassem dias inteiros afastados da sua função jornalística, dispondo ainda de algumas horas em cada dia de formação para a produção de notícias.

Foram organizados os grupos de forma a não perturbar de forma grave nenhuma editoria e feito um calendário.

No total são 20 grupos de jornalistas. O primeiro grupo realizou-se em fevereiro de 2023 e o 20.º irá ocorrer em março de 2025.

Durante 2024 realizaram-se as ações formativas para oito grupos, envolvendo um total de 93 jornalistas da redação:

- Uma ação realizada no auditório da UPTEC, no Porto, para jornalistas da região norte.
- Seis ações realizadas na sede da Lusa em Lisboa, para jornalistas sem funções de chefia.
- Uma ação realizada através da plataforma Teams para Correspondentes das redes externa e da Lusofonia.
Estiveram envolvidos em todas estas ações 10 formadores certificados, que são jornalistas no ativo da agência Lusa, para além de 25 convidados para ministrarem módulos especializados, alguns em funções internas da redação, outros convidados externos.

Para terminar este ciclo de formação interna faltam apenas 3 grupos, distribuídos entre janeiro e março de 2025. Foi criado um grupo extra, a realizar através da plataforma Teams, para dar a possibilidade a jornalistas que estão longe da sede e não conseguiram realizar a ação de formação na data que lhe foi atribuída, por razões diversas, a maior parte das vezes por motivo de trabalho inadiável.


Formação para estudantes universitários:

Destinada a enquadrar os estudantes que vão realizar estágio curricular na redação da Lusa. Tem o objetivo de facilitar a sua integração na organização da empresa, na filosofia e objetivos de uma agência de notícias que realiza serviço público. Permite aos alunos que compreendam e saibam usar as técnicas do jornalismo de agência, cumprindo os critérios de rigor estabelecidos no Livro de Estilo da agência.

Realizaram-se durante 2024 dois cursos para estagiários (Jornalismo de Agência Inicial).
O Curso tem 5 módulos, 30 horas, distribuídas por cinco dias, seis horas por dia (das 10:00 às 17:00)

Este curso é oferecido pela agência Lusa de forma gratuita a todos os alunos que se candidatam a estágio, desde que estejam enquadrados num protocolo entre a Lusa e as respetivas Faculdades.

Realizaram-se durante 2024 dois cursos para estagiários, em fevereiro e setembro (Jornalismo de Agência Inicial).

Concluíram os dois cursos 21 estudantes licenciados, alguns deles a terminar mestrado.


Formação para jornalistas de países de Língua Portuguesa:

Agência Inforpress de Cabo-Verde:

Arrancou na primeira semana de julho de 2024 o ambicioso plano de formação para jornalistas caboverdianos, que durará três anos, envolvendo seis sessões, nove módulos e 13 formadores da agência Lusa.

A totalidade de profissionais da agência de Cabo Verde beneficia desta formação (40 jornalistas) que vai alargar-se em alguns módulos a mais jornalistas de outras redações.

No âmbito deste programa, financiado pelo Instituto Camões, vão ser ainda realizadas sessões públicas nas universidades sobre temas relacionados com o Jornalismo e com a Literacia para os Media.

Decorreram em 2024 duas sessões de formação, uma em julho focada no Jornalismo de Agência, outra em setembro dedicada à Inteligência Artificial, Ferramentas de verificação de factos e Temas Sensíveis da Atualidade.

Agência de Notícias da Guiné (AGN):

A agência pediu o apoio da Lusa para a realização de uma formação para os jornalistas da redação guineense. Foram iniciados os contactos e estão ser feitos esforços para se conseguir um programa com financiamento da Cooperação portuguesa.


CEFOJOR, Angola:

A agência Lusa já realizou alguns projetos com a escola de formação de jornalistas de Angola, o CEFOJOR, tendo em 2024 realizado uma ação, por Teams, dedicada à importância dos títulos e metadados.
Está em curso a preparação de uma formação específica em Jornalismo e Multimédia para jornalistas angolanos, a concretizar em maio de 2025. Prevista ainda uma segunda sessão, para setembro de 2025, de tema ainda a fechar.

Timor-Leste:

Uma delegação de responsáveis do governo timorense, da área da comunicação social, acompanhados da embaixadora de Timor-Leste em Lisboa estiveram recentemente em visita à agência Lusa, tendo pedido o apoio da Lusa para a formação de jornalistas timorenses. O processo de financiamento, que é sempre moroso e minucioso, deverá ser planeado e trabalhado possívelmente em 2025.

Sessões de Literacia Mediática:

São cada vez mais as universidades e escolas a pedirem a participação da Lusa em iniciativas sobre a desinformação.

As sessões têm sido desenvolvidas em dois modelos diferentes:

- Enquadradas numa visita à redação da Lusa
- Em espaço escolar ou universitário

Visitas de estudo à agência Lusa:

As visitas de estudo à agência Lusa deixaram de ser apenas uma visita de observação e passaram a ter mais conteúdo:

Modelo adotado
e sempre sob avaliação para ser melhorado. Adaptado ao tipo de audiências, grau académico, área de formação, idades, etc.

- Explicar o que é uma agência de Notícias e descrever a importância da agência Lusa, o Serviço Público e o seu papel no panorama mediático português, nos países da Lusofonia e nas Comunidades Portuguesas no mundo.

- O jornalismo (de agência) tem algumas especificidades em relação ao jornalismo genérico dos órgãos de comunicação social. Somos ‘retalhistas’. Trabalhamos para redações. Os nossos clientes são profissionais de jornais, rádios, televisões, sites. Isso obriga-nos a uma escrita própria, com regras muito estritas e uma obrigação especial de rigor.

- Aproveitamos uma audiência jovem para abordar a Literacia para os Media.
Nunca deixamos de falar da tragédia global que está a ser a desinformação. A Lusa participa em vários projetos de combate à desinformação e está a desenvolver um plano para promover sessões de literacia mediática para universidades e escolas de todo o país. Aqui fazemos uma abordagem ao tema, damos exemplos e lançamos o debate.

- Por fim, achamos fundamental abrir espaço para perguntas. Esta costuma ser a parte mais rica da sessão. Os alunos trazem sempre perguntas muito interessantes e desafiantes.

- No final, uma visita pela redação, que gera normalmente alguns momentos de interatividade com os jornalistas que na altura estiverem menos pressionados com trabalho e estejam disponíveis para responder a perguntas e falar um, pouco do que estão a fazer.

 


Realizadas em 2024:
- Turma de Escola Secundária de Ponte de Lima – fevereiro (16 alunos)
- Turma da licenciatura de Jornalismo da Universidade Nova – fevereiro (35 alunos)

- 2.ª Turma da Universidade Nova, com alunos da Licenciatura e Mestrado de Ciências da Comunicação e do Mestrado de Jornalismo - março (28 alunos)

- Alunos de turmas do 2.º e 3.º anos de Ciências da Comunicação do ISCSP - março (26 alunos)

- Turma de alunos do Curso Profissional de Técnico de Comunicação e Marketing da Escola Secundária de Caneças – março (20 alunos)

- Turma do Mestrado em Jornalismo da ESCS – abril (14 alunos)

- Duas Turmas da Escola Superior de Comunicação Social de Benfica – outubro (Duas sessões, cerca de 50 alunos)

- Turma da Escola Básica Jorge Barradas, do 3.º ano (meninos de 8 anos) – dezembro (22 alunos)

- Alunos de 7 turmas representando todas as escolas do Seixal – dezembro (48 alunos)

- Alunos de turma do 4.º ano (9 aninhos) da Escola Pedro Santarém (21 alunos)


Total = 10 visitas; envolvendo 280 alunos



 

Iniciativas de Literacia Mediática realizadas em escolas e Universidades.

Em 2024:

- Sessões de Literacia Mediática para duas dezenas de  turmas da Escola Secundária de Gondomar - ao longo do ano (400 alunos)

- A Lusa e Literacia numa sessão sobre a comunicação social em Viana do Castelo – janeiro (30 adultos)

- Três (3) sessões de Literacia para sete turmas na Escola Secundária de Valbom (100 alunos)

- Duas (2) sessões no Teatro Gil Vicente, em Barcelos, para dois grupos de alunos de escolas secundárias do concelho - abril (200 + 200 alunos)

- Duas (2) sessões para alunos do 7.º ano na Escola de Viatodos, Barcelos – maio (130 alunos)

- Sessão de Literacia em Ponta Delgada no II Seminário DemocraciAZ – junho (40 alunos)

Total = 1100 alunos

 

‘Workshops’ realizados no Espaço Noémia de Sousa, com possibilidade de participação através de transmissão em Teams:


- Três Sessões sobre Violência Sexual para Jornalistas da Lusa – fevereiro, março e setembro com a colaboração da Associação Quebrar o Silêncio, com a duração de duas horas.
Participaram 58 jornalistas e estudantes universitários a estagiar na Lusa.

- Sessão sobre Identidade de Género, ministrada pelos responsáveis da associação Amplos – duração de duas horas.

Participaram 47 jornalistas da Lusa.

 

 

 

 

   N.ºs Totais da Formação

(2024)



93 jornalistas da Lusa (formação Interna)

21 universitários (Jornalismo de Agência)

     8 formadores de Literacia

10 formadores certificados

25 formadores convidados

40 jornalistas da agência Inforpress, de Cabo Verde


10 visitas de estudo à Lusa

(de turmas de escolas e universidades)

280 jovens estudantes de escolas e universidades

 (nas visitas de estudo à Lusa)



29 sessões de Literacia feitas em escolas e universidades

(de turmas de escolas e universidades)

1100 jovens estudantes de escolas e universidades

 (nas visitas às escolas e universidades)

 

9 sessões de Literacia feitas no âmbito da formação interna na Lusa

(para 93 jornalistas da redação)

 

2 sessões de Literacia feitas no âmbito do curso para estagiários

(para 21 alunos das universidades)


1 sessão de Literacia feita no âmbito do curso para redação da Inforpress

(para 40 jornalistas da agência de Cabo Verde)

 

 


51 Total de sessões de Literacia Mediática realizadas


1534 estudantes e jornalistas

                                                         

                                                         

(assistiram às 51 sessões de Literacia Mediática realizadas em 2024)

 

105 jornalistas da Lusa

 (assistiram a workshops diversos no Espaço Noémia)

 

Formadores:

Participaram nas várias sessões de Literacia Mediática nas instalações da Lusa, nas escolas, universidades e outros espaços municipais, os seguintes jornalistas da Lusa:


Andrea Cruz (Viana do Castelo)
António Sá Rodrigues (Ponta Delgada)
João Pedro Fonseca (Formação)
Jorge Fonseca (Porto)
Paulo Agostinho (Sociedade)
Paulo Nogueira (Internacional)


PS: Sempre que possível, as sessões realizam-se com dois formadores.

OUTROS PROJETOS em curso:

Parceria pós-graduação em Jornalismo Desportivo com a ESCS – já executados dois estágios imersivos – maio de 2023 e maio de 2024. Projeto está em revisão, para alterar data do estágio e modelo.

Doutoramento da investigadora Amanda Seruti, na Lusa, sobre o tema da desinformação: “Porque é que as pessoas caem em notícias falsas? O impacto das meta-percepções intergrupais na crença e na partilha de informações falsas e enganosas”

Parceria da Lusa no Projeto de combate à desinformação da investigadora do Departamento de Psicologia do ISCTE Margarida Guerreiro. “Este projeto visa capitalizar nos enviesamentos cognitivos nos quais as pessoas incorrem no dia a dia - como as ilusões de verdade, ilusões de falsidade, má atribuição da fonte, etc - para desenvolver estratégias para contrariar /corrigir a desinformação. Especificamente, testar o papel da repetição e da semelhança entre a informação original e a sua correção.”

 

Parceria com o INESC-TEC do Porto num projeto sobre narrativas com IA com base em notícias da Lusa, StorySense.

 

Candidatura ao programa CERV com outros parceiros. Visa conceber e implementar um Manual de Orientação sobre discurso de ódio e Contra Narrativas sobre população migrante e minorias étnicas, destinado a profissionais da Comunicação Social, incluindo profissionais de entidades governamentais.

 

 

Previsões para 2025:


Mais duas edições do Curso de Jornalismo de Agência II

Mais duas edições do Curso de Jornalismo de Agência Inicial (fevereiro e setembro)

Mais dois ‘workshops’ sobre Violência Sexual para Jornalistas

Curso Interno sobre o Uso de Inteligência Artificial na redação – ferramentas

Mais sessões de Literacia Mediática em escolas e Universidades.
Já agendadas:
Escola de Gondomar
Politécnico de Portalegre
Politécnico de Tomar
Escola secundária do Seixal

Em análise:
Academia Militar
Politécnico de Bragança

Mais visitas de estudo na redação da agência Lusa em Lisboa:
Duas turmas da Escola Jorge Barradas
Duas turmas da Escola Pedro Santarém

Curso de Jornalismo Económico para jornalistas da Lusa.
(já iniciado, envolve 58 jornalistas)

Curso de Jornalismo Judicial para jornalistas da Lusa (final do ano)

Curso de Multimédia - Edição de Áudio e de Vídeo para jornalistas da Lusa (final do ano)

Sessão sobre Serviços, Distribuição e Relação com os Clientes para jornalistas da Lusa (final do ano)

Mais dois módulos do ambicioso Plano de Formação para a Inforpress, de Cabo-Verde

Início de novo Curso de Inglês para profissionais da agência Lusa -

Novas parcerias, certamente…

Projetos futuros?
Literacia Mediática.

1.Uma equipa mais alargada de formadores de Literacia para os Media – Proposta feita, nas mãos da DI. Em análise

2.Um programa de Literacia a apresentar em escolas, universidades, ONG’s e grupos sociais desfavorecidos. Em vez de esperar pelos pedidos, ser a Lusa a publicitar que está disponível.

+ Formação.
Ajudar a criar pequenas academias de jornalismo em redações dos países de língua portuguesa. Lançámos a semente em Cabo Verde. E vamos apoiar.
Seria uma rede de formação profissional de Jornalismo da Lusofonia.
Envolver a CPLP e o Cenjor? É uma ideia.

Um curso de Fotografia único no País.
A agência Lusa tem as condições para ministrar um curso de Fotojornalismo, essencialmente prático, como não existe em Portugal.

Cursos de elearning na plataforma da Escola Lusa
- Formação Interna básica sobre uso de aplicações e programas ou regras de edição, entre outros temas. (sempre que entra um novo jornalista, passaria a dominar as ferramentas da casa).

- Formação para público Externo sobre temas especializados de Jornalismo. (Uns gratuitos, outros eventualmente pagos, como faz o Poynter Institute)

Formação b-learning para nossos correspondentes e redações nas comunidades portuguesas
- Temas seriam acordados com os jornalistas consoante as necessidades.

Parcerias com universidades para pós-graduações: Lusa ofereceria cadeiras de cariz prático do jornalismo e um estágio final na redação.
- Temos um histórico de três parcerias destas que foram um sucesso: Com o ISCTE, a Universidade Fernando Pessoa e a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. A Lusa participou com cerca de uma dezena de jornalistas formadores.

Cursos de Jornalismo para outros profissionais que lidam com a imprensa.
Pequenos cursos destinados a assessores de imprensa, relações públicas de autarquias e de empresas, gestores de comunicação de ONG’s, fundações, associações, etc.
No fundo, seria um programa com temas dirigidos a quem lida com jornalistas, para compreender melhor ‘o outro lado’, de como os profissionais selecionam e hierarquizam a informação que vai ser transformada em notícia.
Teria muito sucesso, porque são frequentes os pedidos de formação nesta área.

 

Futuro.

Ambição? Muita.
Contrato de Serviço Público não contempla verbas para a área da formação, o que limita as possibilidades.
A revisão deste contrato no âmbito do plano da Tutela para os Media poderá contribuir para um reforço de meios que permita maior atividade e objetivos mais ambiciosos.
Quando houver meios, há muito caminho a fazer. E muito potencial.
A Lusa já tem o que é mais difícil de conseguir, numa Escola de Formação Profissional: o prestígio, a excelência da marca.
Os nossos melhores ‘vendedores’ são os jornalistas das redações que são nossos clientes. São eles que vendem o nosso rigor e independência.
Com uma marca de excelência, tudo o que colocarmos no mercado tem sucesso garantido.
Só precisamos de apostar na estrutura da formação e ter meios para essa aposta.

 

 

22 janeiro 2025

João Pedro Fonseca
Coordenador da Escola Lusa
jfonseca@lusa.pt



ALGUMAS IMAGENS DOS CURSOS E DAS SESSÕES REALIZADAS: